domingo, 26 de junho de 2011

Mostrando minha cara

          Tenho 511 anos, em comparação a alguns vizinhos, sou bastante novo. Durante algum tempo, fui roubado, de todas as maneiras possíveis, embora tenha conseguido minha independência, hoje minha situação não é muito diferente.
Tenho consideravelmente muitos filhos, proporcional ao meu tamanho; sou muito grande. Sou bonito, novinho, tenho um estilo tropical, às vezes, tenho a impressão que minha historia foi bastante escondida, esconderam os roubos, as falcatruas e inventaram uma estória honrada.
Fiquei triste nos anos de chumbo que me atingiram, os meus filhos que sofreram por lutar pela liberdade de expressão, direito às eleições diretas. A ditadura acabou, mas a corrupção ainda continua, a justiça é lenta e nada imparcial.
Hoje, vejo como a educação e a alimentação de minhas crianças está tão abalada, meus representantes não se importam com meu futuro. A indústria cultural aliena cada vez mais, tira a oportunidade de informação e educação. Festejar o fevereiro e feriados (comerciais) é uma triste morte de esperança intelectual, como diz Renato Russo, na letra da música “Perfeição”.
Desculpem, mas não tenho condições para sediar uma Copa do Mundo ou Olimpíada, com a situação da educação, saúde e segurança; não coloquem máscaras em mim, passar vergonha é ver meus filhos à míngua do ensino público. Coloque a mão no peito e cante o hino nacional, faça valer a letra, tenha orgulho de mim, sua pátria.
 
E como Cazuza sempre pediu, mostrei  minha cara, agora, quero saber quem vai pagar para minha gente ficar assim.

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