quarta-feira, 18 de julho de 2012

Tempos modernos



Hoje o Vibe 80 completa dois anos, nesse tempo, o blog passou por muitas coisas, junto com seu dono. Como um reflexo meu, o blog ficou triste, feliz, irônico e, às vezes, até sensível. É verdade que não venho escrevendo muito, mas venho tomando notinha de todas as coisas que gosto e que me chamam atenção, voltarei a postar como antes, o mais cedo possível.
Da ideia até hoje se passaram muitas coisas, incrivelmente, muito rápido. Espero ter muito mais anos de blog para dividir meus pensamentos, coisas antigas e novas nesse diário eletrônico.
Hoje o tempo voa, amor.

quinta-feira, 28 de junho de 2012

Xote, xaxado e baião


O São João do nordeste festeja cem anos de Gonzagão.
É com essa frase que o período junino começou por aqui, mas não é só isso, a seca percorre o sertão de forma absurda, a maior dos últimos anos. Por coincidência ou não, a música Asa Branca, de autoria  do homenageado, fala justamente disso, a seca do nordeste.
No estado da Paraíba a população se sensibilizou e fez doações para as vitimas da estiagem, shows beneficentes, campanhas em veículos de comunicação e até as prefeituras das cidades resolveram entrar na campanha diminuindo os dias de festa de São João e São Pedro. Com um motivo super justo de atenuar as festas, a população não hesitou e concordou.
Eis que nos deparamos com a operação da Polícia Federal, pão e circo, assim denominada, ela investiga desvio de verbas das festas no estado da Paraíba, não só do período junino, mas no réveillon e carnaval também. 65 milhões de reais desviados, três prefeitos presos, treze cidades investigadas, inclusive João Pessoa.
2012 é ano de eleição, o que um pouco conforta é a imprensa que dá atenção ao assunto e informa a população, o que há algumas décadas isso não seria possível. Lembrem-se das cidades envolvidas, lembrem-se dos prefeitos, as eleições estão chegando e se nem a imprensa ficou muda por que é que você vai ficar?
 Sem xote, xaxado e baião, nas festas, e sem água, comida e esperança, os mais necessitados assim festejam cem anos de Gonzagão.

segunda-feira, 11 de junho de 2012

De caras pintadas




Há vinte anos, manifestantes invadiam as ruas de todo o país pedindo o impeachment do presidente Fernando Collor, em sua maioria o movimento era liderado por estudantes secundaristas e universitários. As manifestações tiveram muita repercussão no cenário político e na imprensa, forçando assim a renuncia do presidente.
Hoje, o ex-presidente é senador pelo estado de Alagoas, o que mostra que a memória dos brasileiros não é tão boa assim. Pode até parecer que o esforço feito pelos estudantes há duas décadas foi em vão, mas não foi; a geração da década 1990, que parecia perdida, foi às ruas, lutou pelos seus ideais e conquistou seu espaço na história das revoluções populares feitas no Brasil.
No século XXI os métodos são diferentes, a internet invadiu a casa de milhares de brasileiros e hoje esse é melhor meio que há para se informar e opinar. Existem vários movimentos contra racismo, homofobia, corrupção; marchas são organizadas a favor dos diretos coletivos, só nós restar procurar melhor o que curtir.
Os caras pintadas, que hoje são pais e mães de família, deixaram uma grande lição. podemos e devemos lutar pelo o que é justo, na década que for, a geração que for, enquanto existir jovens pensantes nesse país, a esperança de um mundo melhor continuará viva.  
Agora cabe a nós, de caras pintadas ou não, tirar do poder os Collors que continuam a nos roubar.

quarta-feira, 11 de abril de 2012

Agora


Deve-se falar o que de quem vive a vida pela metade? Eu não sei se estou fazendo o que é certo; minha inspiração foi embora como uma vadia depois do pagamento. Tomei uma dose tão forte que a gora vivo como numa overdose, mas de que? Não sei do que é essa ressaca, perdi tudo ontem à noite, não vi e ninguém viu. De onde veio toda essa amolação?
Cadê os assuntos que antes se multiplicavam em minha cabeça e hoje sumiram, agora, o que eu vou fazer, para que eu sirvo, além disto, tentar escrever. Estou fraco e seco, qualquer ser é morto sem ideias.
E que vida é essa que se vive pela metade, onde de manha se tem sanha e à tarde prazer, a noite começa e eu nem lembro mais o que fiz. Mas então eu sou um ser de mentira, já que dizem que não existe meia verdade, vivo tudo pelo meio, não amo ninguém completamente, nem me doou, nem faço o que quero sempre, porém, quem faz?
 Eles não entendem, eu preciso viver o hoje, o agora, o amanhã só vai me importar mais tarde. Eu já gritei. Eles não ouvem.


quarta-feira, 4 de abril de 2012

Seus heróis morreram de overdose?

Cazuza, que morreu em 1990, faria 54 anos hoje. Ele que aos 32 anos nos deixou, é dono de algumas das mais belas músicas da MPB. O garoto, que via tudo de cima do muro, morreu jovem e é mantido assim na memória de seus fãs.



sábado, 17 de março de 2012

O futuro é azul


Ela riu, pôs a mão aos lábios e soltou um beijo.
Aparentava ter uns dois anos, três talvez.
E foi uma simples garota que estava no ônibus que me mostrou como é linda a inocência de uma criança. Há de ser mesmo tão bom o prazer da paternidade, como dizem. Um filho é uma parte sua; um pouco da sua historia traduzida em outro ser, onde bate um coração e pulsa nas veias o seu sangue.
 Parando para pensar uma criança é a melhor representação do futuro, não só o da nação e o dela, mas também o de cada um como melhor ser humano, talvez exista sim um garoto dentro de nós, gritando para sair, pedindo para nos fazer mudar, resta a nós encontrá-lo.
Meninos e meninas apresentam a nós a renovação, uma transformação diária de como mudar, de como aprender a ser melhor e mais feliz. E são nos seus primeiros passos, tropeços difíceis que se começa uma vida.
A menina desceu com a mãe, seguiram seu caminho de volta, eu continuei a viagem, esperando meu futuro; um futuro como a camisa da pequena garota, azul, como o céu e de bolinhas brancas, feito nuvens.

sexta-feira, 9 de março de 2012

Rituais

de Janaína Azevedo.


            Matou-se, mas num dia de serenidade tão grande que qualquer violência parecia impossível.(Lúcio Cardoso, Crônica da casa assassinada).

Banhou-se com óleos de amêndoas. Sentou-se depois na cadeira, na sala de jantar e pôs-se a olhar a mesa posta dos dias fáceis. Levantou-se e mirou o quarto: cheirando a lavanda, os lençóis bem limpos. Os banheiros exalavam o habituado odor de eucalipto. A varanda, o quintal; varridos e limpos. Alimentado o cão. Nenhuma teia de aranha sob o teto. Lençóis brancos e fardas escolares alçavam voos, no varal. Louça lavada, comida cheirosa – chegou então à sala de espera: decoração impecável. Suspirou: misto de dignidade, orgulho e alívio. Olhou mais uma vez. Tudo tão perfeito!
Destoava apenas aquela grossa corda, um pouco encardida, presa resistentemente ao teto, esperando-a.

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Sorrir para não chorar 2


E em uma hora a ficha cai completamente e você se vê perplexo de frente a essa situação.
Eu não sei o que dizer hoje eu acordei diferente, foi um dia diferente, pela primeira vez em três anos eu não estava lá, nem ninguém que eu gosto; eu também não sei dizer o que houve, nem explicar o que sinto agora, é espantoso esse sentimento que se mistura com nostalgia e saudade, eu tenho a sensação que não me despedi o quanto quis agora eu entendo ‘os outros ventos que vem do pulmão’ e nem nome a eles eu sei dar.
O que eu sei é que sempre vai ficar guardado, quem foi de muito ou de pouco tempo, vai ficar tudo trancando numa caixinha, que de vez em quando vai ser aberta e vai soltar todos os ventos, sabores e cores de uma época que passou e não volta mais.

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Já faz tempo eu vi você na rua


Há trinta anos, o país perdeu uma de suas maiores cantoras, Elis Regina, ou simplesmente A pimentinha, faleceu, aos 36 anos, deixando três filhos, que hoje, de alguma forma, estão ligados à música e uma imensa legião de fãs.
Interprete de grandes sucessos e dona de uma enorme presença de palco, Elis, primeiramente, encantou o país com a sua voz inconfundível e com a música Arrastão de Edu Lobo e Vinicius de Moraes, vencedora do festival de música com apenas 20 anos na década de 1960.
E foi a pimentinha que fez história com o hino da anistia, em 1979, com o Bêbado e a equilibrista de João Bosco e Aldir Blanc. Na época, a cantora filiada ao PT, engajou- se aos movimentos pela volta da democracia no Brasil.
Uma das maiores vozes do país queria apenas uma casa no campo, onde pudesse plantar seus discos, seus livros e nada mais. Elis partiu nos deixando saudosos de uma voz impecável e de uma boa música.

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Permita-se

                 Você não pode obrigar ninguém a ser feliz com você, nem gostar de tudo o que você gosta. Ninguém pode idealizar um amor, ou pensar que o príncipe encantado um dia virá, ele não vai vir. Você pode até tentar não sofrer, aparentar ser forte, mas lembre-se, é impossível ser sempre feliz.
               Ninguém é perfeito para ninguém, você pode se permitir a erros, erre, quantas vezes for preciso, isso não te fará menos que ninguém, um dia tudo vai passar, o vento vai levar tudo e você estará forte novamente para errar e acertar também.
                Possível mesmo é se permitir correr riscos, ninguém pode viver em plena segurança, por mais que você caia isso não vai te fazer um derrotado; às vezes a gente tem medo e esse medo é que nos faz ser mais fracos. Curta sua solidão, curta seus momentos a dois, a três, a cinco, a mil.
                  Não caia na besteira de pensar que acabou.
                  Não acabou, está começando agora.
                  O ano está apenas começando.
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