segunda-feira, 5 de setembro de 2011

“Em vez de luz tem tiroteio no fim do túnel”


O sol surgiu por trás do morro, ainda estava frio quando Flávio acordou com fome. O menino que já nasceu órfão de pai, estava sozinho em casa, sua mãe dormia os dias úteis no trabalho, era empregada domestica.
Se fosse um menino comum, àquela hora, estaria no colégio, mas Flávio era sim um menino comum, só que o lugar em que nascera não era, muito menos, a escola onde estudava. O menino magricela de dezesseis anos morava em uma das favelas mais perigosas da cidade, para ele, lá era mais fácil conseguir drogas do que alimento.
Flávio não estava na escola, ele era só um menino com fome de educação e de alimento. Aquele dia foi cruel para o menino da favela. E agora, no país onde se desvia dinheiro da educação e da merenda, qual o futuro dos jovens?
Flávio morreu naquela tarde, vítima de bala perdida, o destino do garoto poderia ter sido diferente. O menino do subúrbio está morto , assim como o futuro dos garotos sem escola e a coragem dos sonhadores, enquanto isso, a fome continua viva.

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