sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Lembra qual o nosso plano?


João chegou em  casa, tirou o tênis, sentou na poltrona da sala, fechou os olhos;  naquele momento lembrara de tudo  o que foi dito e o que também não foi. Ela e ele, de certa forma, não estavam bem, impossível sair de uma relação de dois anos e, pelo menos, um dos dois não sair machucado. Agora, ele pensava se era melhor a esquecer.
Na verdade, eles ainda não tinham terminado o namoro oficialmente, ainda iriam conversar para terminar o namoro amigavelmente, como se fosse possível.
Brigas eram constantes, nenhum surpreendia mais o outro, a relação mudou, talvez o amor tivesse virado “bom dia”. Os dois decidiram terminar antes que ambos saíssem feridos, já estavam. João nem sabia se Maria era a mulher da sua vida, ele também não sabia se não era. Ele sabia que o tempo respondia tudo, no entanto, era insuportável esperar esse tempo.
Ele fechou os olhos e decidiu ser feliz, primeiro ele, depois os outros, qualquer um, mas ele em primeiro lugar agora, talvez egoísmo, mas era o que ele precisava e não queria sofrer. Com os olhos ainda fechados, ele se lembrou do início do relacionamento. Desce a primeira lágrima, desce à segunda, a terceira, tudo estava muito confuso, em sua cabeça passavam-se mil fins para uma mesma historia, ele se levantou, pegou a chave da moto, decidiu ir à casa de Maria, por um ponto final nessa crônica.
O vento no seu rosto secava as lágrimas que escorriam. João chega, desce da moto, caminha até a porta, toca a campainha, Maria veio rapidamente, abriu a porta, sorriu levemente, ele também.
Ao fim dessa crônica que não acabou; os dois só tinham uma única certeza, nenhum deles achou cavalos marinhos.



          Crônica inspirada em um casal comum e em “Vento no Litoral” de Renato Russo. Cavalos marinhos são monogâmicos.

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